Bloco Farrapo Humano, da Escola Dom Carlos Coelho, agrega toda a comunidade escolar

Quando chega a sexta-feira de carnaval, os estudantes e funcionários da Escola Dom Carlos Coelho, em Nazaré da Mata, tomam as ruas da cidade e saem em direção à Gerência Regional de Educação (GRE) Mata Norte, caindo no passo ao som dos mais tradicionais frevos pernambucanos. Esse é o trajeto do Farrapo Humano, bloco fundado pelo gestor da unidade de ensino, José Pereira, que já está na sua 11ª edição. 

O bloco faz parte do Carnaval do Estudante, que abre a programação oficial da Folia de Momo em Nazaré da Mata. Também já integra o calendário anual da escola de aproximadamente 900 alunos, com turmas de ensino fundamental II, ensino médio e EJA. “A gente faz um lanche, sai com a orquestra e sobe com o trio do Carnaval do Estudante. Os passistas são os estudantes que acompanham a gente”, brinca o gestor. 

A celebração à cultura popular faz parte do cotidiano da unidade de ensino. Quem passou pela Dom Carlos não esquece das folias de outros carnavais. Prova disso é que José Carlos, conhecido como Coelhinho, e Keyziany Pessoa, dois alunos egressos da escola, são os responsáveis pela arte e pela produção das camisas do bloco, respectivamente. “Participei como aluna e depois como ex-aluna, sempre foi uma alegria”, relembra a assistente social. 

O nome do bloco homenageia a história carnavalesca da cidade. Farrapo Humano foi um bloco criado por um dos fundadores e dissidente do Clube Carnavalesco Jacaré em Folia, que é um dos mais tradicionais de Nazaré da Mata. “O nome do bloco é uma homenagem a esse bloco preexistente, que só desfilou por um ano, na década de 1950. Seu Bino brigou com o pessoal da diretoria do Jacaré e saiu sozinho no domingo com o Farrapo Humano. Ele era um brincante importante da cidade, que também participava do Fandango de Nazaré”, conta o gestor escolar. 

HOMENAGEADO 

Todos os anos, o bloco presta homenagem a uma personalidade da cultura local. Em 2024, o homenageado será Alfredo Miguel dos Santos, importante caboclo de lança de Nazaré da Mata, município que é o berço do Maracatu Rural, ou Maracatu de Baque Solto. “Ele foi um dos caboclos mais antigos em atividade, com mais de 50 anos na função”, conta José Pereira. 

Fundador de vários grupos de maracatu, Alfredo Miguel teve uma família profícua que deu continuidade à tradição cultural. Dos seus 10 filhos, um se tornou mestre de maracatu e mais dois seguiram o ofício do pai como caboclo de lança.