Escolas da rede pública estadual e Conservatório Pernambucano de Música são verdadeiros celeiros de talentos musicais
As salas de aula da Rede Estadual de Pernambuco e o Conservatório Pernambucano de Música (CPM) têm em comum o estímulo à criatividade das crianças, jovens e adultos. Por meio de projetos pedagógicos e cursos, as instituições resgatam a cultura e a identidade musical dos pernambucanos, que aprimoram seus talentos e se tornam profissionais de referência na área.
Um dos exemplos é o aluno Gustavo Verdião, do 3º ano da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Ginásio Pernambucano (PG) Aurora, que fica localizada no centro do Recife. Ele é saxofonista profissional do Grêmio Musical Henrique Dias, a primeira escola profissionalizante de Olinda e um dos grupos musicais mais tradicionais do Carnaval.
“Comecei a tocar flauta quando tinha meus seis anos de idade. Em 2018, comecei no saxofone na Henrique Dias e em 2019 comecei a tocar no Carnaval”, conta Gustavo. “Sempre sou convidado pela escola para participar de eventos, como volta às aulas e outros momentos. Gostam do meu trabalho e me elogiam bastante. Isso me dá muito gás para continuar a fazer a minha arte”, relata Gustavo.
A expectativa para o Carnaval também está sendo grande para o aluno Igor Ricelly, do 3º ano da Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio (EREFEM) Senador Novaes Filho, situada na Várzea, Zona Oeste do Recife. O jovem aprendeu a tocar vários instrumentos de percussão na banda marcial da unidade de ensino e, além de outros trabalhos, é músico da orquestra de frevo D’ultima Hora.
“Eu era interessado em música e vi uma oportunidade de aprender na banda marcial da escola. Desde que entrei lá, há cinco anos, fui evoluindo e hoje já toco em vários lugares”, diz o estudante, que sonha em continuar na carreira musical.
Além das escolas da Rede Estadual, o Conservatório Pernambucano de Música, instituição de ensino ligada à Secretaria de Educação e Esportes, se destaca no quesito formação de músicos e é conhecida mundialmente por revelar diversos talentos, a exemplo da cantora e compositora Laís Senna.
A artista iniciou os estudos de canto no CPM aos nove anos de idade e atualmente é um dos grandes nomes da música atual pernambucana. “Tenho carreira solo como cantora popular pernambucana, atuando principalmente com frevo e forró, e esse é o primeiro Carnaval que eu vou trabalhar com carreira solo”, conta a jovem.
Sobre sua relação com o Conservatório, Laís relata que o local foi essencial para sua construção pessoal e profissional. “O Conservatório é a casa da música em Pernambuco, é parte da história da música pernambucana e da minha também. Lá existe conexão entre as pessoas, networking para formar banda, para indicações de trabalho. É um lugar muito saudável”, diz.
Bandas e fanfarras
As bandas marciais e fanfarras são tradições nas escolas públicas de Pernambuco. Esses grupos musicais desempenham papel significativo na cultura e nas comunidades locais em torno das unidades de ensino. É a partir dessa tradição, enraizada na promoção de habilidades musicais, trabalho em equipe, disciplina e orgulho escolar, que talentos musicais surgem.
O incentivo à música e à promoção da cultura, proporcionado pelas bandas e fanfarras, não só abrem aos estudantes a oportunidade de desenvolvimento de habilidades musicais que poderão levar para outros aspectos da vida, como também estimula o intelecto dos alunos, trabalho em grupo, espaços de socialização e amizades.
“No período carnavalesco, eles aproveitam, formam seus grupos novos, suas orquestras com metais, saxofones, percussões e também os passistas, que são formados pelos grupos de corpos coreográficos das bandas das escolas, para se apresentarem nas ruas, nos blocos das comunidades. A música transforma e dá essa chance profissionalmente ao jovem”, destaca o supervisor de Música da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, Ivson Menezes.