Reunião com representantes de comunidades ciganas debateu o atendimento escolar aos povos nômades
Representantes da Gerência de Políticas Educacionais do Campo (GEPEC) e da Associação de Ciganos de Pernambuco estiveram reunidos, nesta quinta-feira (20), na Secretaria de Educação e Esportes do Estado (SEE), para discutir o atendimento escolar dos povos nômades na rede pública de ensino. A intenção da pasta é ampliar o acolhimento aos ciganos por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Campo.
O encontro aconteceu na sala de reuniões da GEPEC. Também estiveram presentes, de forma remota, representantes da Secretaria Estadual de Saúde, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade de Pernambuco (UPE).
Atualmente, existem duas turmas de alunos ciganos sendo atendidas na modalidade EJA Campo em Pernambuco. As duas ficam no Sertão: uma na comunidade Cidade Jardim, localizada no município de Arcoverde, e a outra na comunidade Lajes, em Ibimirim; totalizando 29 estudantes. As aulas acontecem nos chamados espaços aulas.
“Nosso objetivo é poder ampliar cada vez mais o atendimento escolar aos ciganos. Essa é uma das metas da nossa política educacional para que todos em nosso estado tenham acesso à escola”, detalha a gerente de políticas educacionais do campo, Waldênia Leão.
O presidente da Associação de Ciganos de Pernambuco e coordenador estadual do Instituto Ciganos do Brasil, Enildo Soares, da etnia Kanon (a mais antiga no país), enxerga a parceria junto à Secretaria de Educação e Esportes com muito entusiasmo. “É muito boa essa aproximação para o resgate e a alfabetização do nosso povo, que passou muitos anos fora da questão escolar. Poucos ciganos são formados (na escola), mas a Secretaria está nos ajudando muito agora. Pretendemos ter, em todas as comunidades ciganas, uma escola com EJA”, colocou.
A GEPEC está elaborando uma agenda de visitas às cidades onde há registro de comunidades ciganas. O objetivo é que um núcleo de profissionais faça o levantamento da realidade daquela região junto às Gerências Regionais de Educação (GRE).
Ao todo, mais de 10.300 estudantes estão regularmente matriculados na EJA Campo em 137 escolas estaduais. Essa é uma modalidade que garante a conclusão dos ensinos fundamental e médio para pessoas camponesas em geral, como assentados, indígenas, quilombolas e agricultores.