Ações desenvolvidas pelos estudantes dialogam diretamente com o tema do ano letivo de 2025
A temática do meio ambiente tem ganhado força, cada vez mais, nas escolas da rede estadual de ensino de Pernambuco. Sempre abordada de forma interdisciplinar e contínua ao longo de todo o ano letivo. E a Semana do Meio Ambiente, celebrada este mês, se consolida como momento de culminância dessas práticas pedagógicas, que articulam conhecimento, consciência ambiental e cidadania.
Em 2025, as ações se fortalecem ainda mais ao dialogarem com o tema do ano letivo proposto pelo Governo do Estado: “Vidas, Escolas e Comunidade: educar para a promoção da justiça socioambiental”.
Na Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Beberibe, localizada na Zona Norte do Recife, foi realizada uma oficina prática em que os estudantes produziram materiais de limpeza e higiene a partir de resíduos não biodegradáveis, como o óleo de cozinha usado. Entre os produtos confeccionados estavam velas repelentes, sabões e desinfetantes, que serão utilizados pela própria escola. Os resíduos foram trazidos de casa pelos próprios alunos, reforçando a importância do reaproveitamento de materiais e do descarte consciente.
A proposta trabalhou de forma integrada conteúdos das disciplinas de Química, Biologia, Geografia e Ciências Humanas, promovendo também reflexões sobre sustentabilidade, saúde coletiva e responsabilidade social. “Esse tipo de ação mostra que os estudantes não são apenas aprendizes, mas protagonistas da transformação que desejamos ver na sociedade”, pontua o gestor da unidade, Luciano Machado.

Na Erem Desembargador Renato Fonseca, situada no bairro de Jardim Brasil, em Olinda, o destaque foi um evento que parou a unidade para a exibição do documentário “Grito Sonoro”, produzido pelos próprios estudantes. O filme aborda os impactos ambientais causados pelo aterramento parcial de três lagoas, o que tem contribuído para os alagamentos frequentes na localidade em períodos de chuva. O projeto começou em 2023, com entrevistas a moradores da comunidade, e foi desenvolvido em parceria com a doutoranda da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Milka de Paula.
A iniciativa exemplifica como a escola pública pode funcionar como espaço de produção de conhecimento crítico, aproximando os estudantes de realidades e desafios vividos em seu território. “O projeto nos ajudou a perceber coisas que estavam presentes no nosso dia-a-dia e que a gente não percebia. Tivemos a experiência de ver o que, de fato, estava prejudicando o nosso bairro e, assim, entender a importância da preservação do meio ambiente”, relata a estudante Vitória Cardoso.

Outra ação de destaque envolveu a comunidade escolar da Escola de Referência em Ensino Fundamental (Eref) Mariana Ferreira Lima, situada em Timbaúba, na Zona da Mata Norte. Estudantes, pais e professores participaram de uma caminhada ecológica com foco na conscientização ambiental, sustentabilidade e preservação da fauna e flora local.
Durante o percurso pelas ruas da cidade, os participantes foram animados por uma criativa bandinha de sucata, com instrumentos confeccionados pelos próprios estudantes, reforçando a importância da reciclagem. Também foram distribuídas mudas de plantas nativas e panfletos informativos com dicas para reduzir os impactos da crise climática.
A estudante Lívia Vitória, do 8º ano, adorou ter participado do momento. “Foi uma ação muito importante para o bem-estar dos cidadãos timbaubenses. Muitos não conheciam a coleta de lixo seletiva e a gente pode repassar a eles as informações que aprendemos na escola”, conta.

Outra ação de destaque aconteceu na Erem Padre Zacarias, em Caruaru, no Agreste pernambucano, com a visita de Lula do Mel, que é ambientalista e meliponicultor premiado e fundador do Solar das Abelhas, um centro de educação ambiental dedicado à preservação das abelhas e à conscientização sobre seu papel essencial na polinização e na manutenção da biodiversidade.
Durante a visita, ele conduziu uma palestra interativa com os estudantes, abordando temas como a importância das abelhas para a produção de alimentos e a necessidade de práticas sustentáveis para proteger esses polinizadores vitais.
A estudante Emanuely Beatriz Torres curtiu o momento. “Essa palestra foi fundamental para nos mostrar a relevância das abelhas na nossa sociedade, sobre o que elas influenciam, já que têm muita importância, tanto na nossa alimentação, quanto no nosso meio ambiente”, relatou.
