Mais de 900 jovens participam do desafio e todo o Brasil

Dois estudantes da rede estadual de Pernambuco foram premiados na categoria Ensino Médio do tradicional Prêmio Jovem Cientista, promovida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, que chega este ano à sua 31ª edição. Com o tema “Uma resposta à mudança climática”, a inciativa buscou encorajar jovens de todo o Brasil a desenvolver soluções sustentáveis, resilientes e eficazes para o enfrentamento de desastres e impactos ambientais. Mais de 900 projetos foram inscritos em todo o país.

O segundo lugar ficou com Beatriz Vitória da Silva, da Escola Técnica Estadual (ETE) Professor Paulo Freire, de Carnaíba, no Sertão. Orientada pelo professor Gustavo Bezerra, ela desenvolveu um filtro à base de cascas de fruta-do-conde capaz de reduzir o consumo de água e a quantidade de poluentes liberados na produção de casas de farinha, prática comum em sua comunidade. O projeto, batizado de Filtropinha, nasceu da observação direta dos impactos ambientais locais e da busca por uma solução simples e acessível.

“Eu estou extremamente feliz e emocionada. Esse prêmio é muito mais do que uma conquista pessoal, pois vai trazer visibilidade para a minha comunidade e vai mostrar que nós jovens temos a criatividade e o talento para fazer a diferença. O Filtropinha foi criado para ajudar a resolver um problema real, que afeta muitas pessoas da minha comunidade. E saber que essa ideia começou de uma forma tão simples e agora alcança tantas pessoas, me enche de gratidão”, afirma Beatriz.

O reconhecimento à jovem pesquisadora se soma a outra conquista importante. Beatriz também está entre as finalistas do Prêmio Led da Globo. A iniciativa selecionou 15 projetos de todas as regiões do país que apresentam soluções inovadoras para aprimorar a aprendizagem dentro e fora das escolas. Além disso, a ETE Professor Paulo Freire será homenageada com a Medalha de Mérito Institucional por ter apresentado o maior número de projetos bem avaliados na categoria.

Fotos: Divulgação

O terceiro lugar do Prêmio Jovem Cientista ficou com Gabriel da Silva Santos, estudante da ETE Ariano Vilar Suassuna, de Garanhuns, no Agreste. Ele desenvolveu um sistema tecnológico que monitora o crescimento de plantas de girassol ornamental no Agreste pernambucano. O trabalho foi orientado pela professora Josabete Carvalho, e se destaca por unir tecnologia, monitoramento de dados e adaptação das culturas agrícolas às condições climáticas da região.

“É muito gratificante ter um projeto premiado que representa todo um esforço, todo um trabalho. Valeu a pena, e que o projeto tenha uma significância científica para a sociedade brasileira”, diz Gabriel. “Espero que essa tecnologia ajude os produtores rurais no seu dia a dia”, completa.

Os vencedores receberão bolsas de estudo e notebooks, e a ETE de Carnaíba, onde Beatriz estuda, receberá ainda uma premiação de R$ 40.000 pelo mérito institucional, por ter o maior quantidade de projetos bem avaliados na categoria. A solenidade oficial do Prêmio Jovem Cientista está marcada para fevereiro, no Palácio do Planalto, em Brasília, onde os jovens pernambucanos serão homenageados.