Projetos sobre geração de energia, produção de bioplásticos e empreendedorismo sustentável se destacam entre os trabalhos apresentados por estudantes e professores da região
Com participação ativa na SBPC Jovem, as escolas da Zona da Mata marcaram presença no evento com projetos inovadores voltados à sustentabilidade e à preservação ambiental. Unidades de ensino dos municípios de Paudalho, Escada e Palmares levaram protótipos, painéis e experimentos que evidenciam o papel da educação pública como espaço de produção científica e compromisso com a formação cidadã. As iniciativas reforçam a importância da ciência no cotidiano escolar e seu potencial para promover soluções criativas e responsáveis para os desafios do presente.
Um dos destaques foi o trabalho “Mente que Gira, Luz que Brilha”, da Escola Professora Galtelmir Lins, em Palmares. Nele, os estudantes Victor Guilherme Santos, Enok Rodrigues, Pedro Gabryel Magno trouxeram os benefícios da energia eólica para a sociedade. Eles elaboraram uma maquete para a apresentação onde construíram pequenos geradores elétricos com materiais reutilizáveis e de baixo custo, como motores e eixos manuais, e conseguiram acender LEDs a partir do movimento mecânico.
“Nosso trabalho serve para mostrar como é a rentabilidade em áreas que são menos favorecidas por essas companhias de energias eólicas. A partir daí criamos o “Mente que Gira, Luz que Brilha”, que é justamente uma referência à energia gerada pelos ventos. Poder mostrar nosso trabalho aqui no SBPC foi uma experiência única! Essa é a minha primeira vez em uma feira de ciências e posso dizer que estou amando tudo que vi aqui dentro”, disse Victor.
Diretamente de Paudalho, os estudantes Rayca Saihory, Verterson Endrel e Jennyffer Lima da Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Monsenhor Lândio Barreto Lins apresentaram o projeto “Bioplástico sustentável a partir de diferentes materiais”. Utilizando cascas de banana, batata inglesa, gelatina e amido de milho, eles testaram formulações de bioplástico e compararam resistência, flexibilidade e biodegradabilidade. O objetivo foi identificar soluções mais viáveis para substituir plásticos convencionais.
“A gente fez um bioplástico de matéria orgânica para ajudar na sustentabilidade do mundo. Afinal, atualmente o plástico comum demora muitos anos para se degradar. A ideia foi justamente criar um material plástico resistente mas que em pouco tempo se degradasse por completo sem afetar o meio ambiente. É um sentimento muito bom poder trazer esse trabalho e ver pessoas de todo o Brasil parando para prestigiar a nossa ideia. Estou realmente maravilhado com esse evento tão grandioso”, completou Verterson.
Entre os professores, o projeto interdisciplinar “Fábrica de Ovos Felizes”, de Martiniano Cavalcante da Escola Técnica Estadual (ETE) Luiz Dias Lins, no município de Escada, também atraiu olhares. A iniciativa simulou uma pequena empresa de ovos de páscoa durante o período da Semana Santa, da produção ao planejamento de negócios, com foco na educação empreendedora e no trabalho em equipe. Os alunos foram desafiados a tomar decisões reais sobre produção, precificação e comercialização, integrando conhecimentos de administração, economia e marketing.
“Vimos a oportunidade de colocar a prática de administração e economia para os nossos alunos. Foi a partir de uma discussão, de uma tempestade de ideias, falando basicamente em administração, que surgiu essa ideia de produção de ovo de páscoa. Então, a gente junto com os alunos, estruturamos uma empresa, com todo o organograma, todo mundo dentro do seu perfil, trabalhando o que era marketing, compras, produção e pesquisa de mercado. O resultado foi muito satisfatório”, frisou Martiniano.
Com diferentes temáticas, mas o mesmo entusiasmo, os participantes da Zona da Mata mostraram que ciência também se aprende com a mão na massa, com o pé no chão e com o coração voltado para os desafios reais da comunidade. A SBPC Jovem serviu de palco para ideias que nascem na escola e têm potencial para transformar o mundo.










