Neste Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebramos a trajetória de Anderson Oliveira na Escola Herois da Restauração
Nesta quarta-feira, 2 de abril, que marca o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, a Rede Estadual de Ensino de Pernambuco reforça o compromisso com a educação inclusiva em todas as suas 1.069 unidades de ensino. Criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, a data tem o propósito de combater preconceitos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e promover a inclusão social das pessoas autistas.
O TEA se apresenta em vários níveis e pode ser caracterizado por manifestações como o comprometimento da interação social, presença de comportamentos repetitivos e dificuldades na comunicação. No ambiente escolar, estudantes com TEA têm suas potencialidades pedagógicas e sociais estimuladas, como acontece diariamente com Anderson Oliveira, aluno do oitavo ano da Escola Herois da Restauração, localizada em Areias, na Zona Oeste do Recife.
Nas escolas da rede estadual, estudantes diagnosticados com autismo e suas famílias recebem suporte do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Na sala de recursos multifuncionais, repleta de jogos educacionais, os estudantes desenvolvem habilidades como a interação social, o raciocínio lógico, o equilíbrio emocional e a autonomia.
Essa evolução é notável na trajetória escolar de Anderson, de 17 anos. “As dificuldades dele são atenção e foco. Aqui no AEE, a gente promove atividades lúdicas, cognitivas e de percepção visual para melhorar sua concentração”, relata Luzenie Ferreira, professora do AEE que acompanha Anderson no contraturno escolar. Desde que começou o atendimento especializado, no 6º ano, sua inclusão na escola melhorou exponencialmente. “Ele era muito tímido e agora já socializa mais e até ajuda os colegas em sala de aula”, completa a professora.


Anderson foi diagnosticado com grau de suporte um de autismo aos 14 anos. Até receber o parecer correto, a família investigou várias suspeitas, como a deficiência auditiva, já que ele não se expressava verbalmente. “Quando ele chegou na escola, fiquei preocupada com o bullying, mas os professores aqui do AEE asseguraram que sempre estariam por perto. Eu noto que ele tem lido melhor, feito as atividades na medida que ele consegue”, explicou a mãe do jovem, a cabeleireira Maria Helena de Oliveira.
Ciente da importância da educação no desenvolvimento cognitivo e social do filho, Maria Helena acredita que pais e mães de crianças e jovens autistas não podem abrir mão do atendimento especializado na escola. “Eles precisam e conseguem sim, no ritmo deles, compreender as coisas. Sozinhos, não vamos conseguir dar aquele suporte que os profissionais podem proporcionar. Eles precisam ser acompanhados”, defende.
É para a sala de recursos que o estudante vai quando se desorganiza e precisa de um espaço seguro. Cercado por profissionais do apoio especializado, ele segue na sua jornada de desabrochar da autonomia e já sabe a profissão que deseja seguir quando sair da escola. “Quero ser cientista para criar novas tecnologias”, planeja Anderson, que é um exemplo das políticas de inclusão aplicadas diariamente nas escolas da Rede Estadual.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Nas escolas estaduais, alunos com deficiências e transtornos são acolhidos pelos professores do AEE, onde são avaliados a partir das suas particularidades. Esse profissional é responsável por ser um agente articulador da inclusão no contexto escolar, investindo em parcerias com os demais profissionais do ambiente escolar.
Para promover um ambiente mais inclusivo para todos, a gestão estadual abriu um processo de seleção simplificada, em março, para contratação temporária de 338 Brailistas, Intérpretes de Libras, Instrutores de Libras e professores do Atendimento Educacional Especializado. Além disso, até 2026, o Governo do Estado vai implementar 111 novas salas multifuncionais e requalificar outras 349.

