Iniciativa surgiu a partir da descoberta de armadilhas destinadas à caça ilegal de animais silvestres dentro da área de mata da escola
A prática da caça ilegal e o uso de armadilhas em áreas protegidas ameaçam diretamente a fauna local e violam princípios legais e éticos de preservação ambiental. Diante desse cenário, a presença de agentes ambientais em todos os espaços, especialmente nas escolas, torna-se essencial. Nesse contexto, estudantes da Escola Estadual Major Lélio, em Camaragibe, desenvolveram a “Trilha Ecopedagógica”, além de iniciativas, como hortas, jardins e palestras educativas, contribuindo ativamente para a conscientização ambiental e para a formação de cidadãos comprometidos com a preservação da natureza.
O projeto surgiu a partir da descoberta de armadilhas destinadas à caça ilegal de animais silvestres, como quati, tatu e bicho preguiça, dentro da área de mata da escola. Situada dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe, a escola e a comunidade agiram imediatamente, promovendo a retirada das armadilhas e organizando uma roda de conversa com agentes ambientais, que esclareceram os riscos da caça e a importância de proteger a biodiversidade. A construção da trilha foi coletiva, envolvendo estudantes, professores, voluntários e instituições parceiras, como a ONG Giral, Trilha Eco Verdejante, Ultramega Hospitalar, Aldeia Orgânica, Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e a Brigada Ambiental de Camaragibe.
Ao longo da trilha, os estudantes apresentam pontos de interpretação ambiental, abordando elementos da fauna, flora e da mata ciliar. Toda a concepção do percurso contou com a participação ativa dos alunos. A trilha foi inaugurada oficialmente em dezembro de 2024, com uma visita guiada, e a escola continua buscando novas parcerias para fortalecer esse espaço educativo, desenvolvendo ações de mutirão de limpeza e organização dos espaços, reforçando o senso de comunidade, transformando os espaços escolares em locais mais bonitos, produtivos e acolhedores.
De acordo com a gestora da escola, Maria José, o projeto busca tornar os estudantes em guardiões da fauna e protagonistas da transformação ambiental. “Nossa intenção é engajar a comunidade escolar em práticas sustentáveis, realizar o intercâmbio com outras escolas, visando a sensibilização de um maior número de pessoas, bem como promover a conscientização sobre a importância da justiça ambiental”, destacou.



Em uma iniciativa voltada para a educação ambiental e o despertar da consciência ecológica, foram instaladas duas câmeras noturnas na APA Aldeia-Beberibe. Os equipamentos foram adquiridos com recursos do Programa Investe Escola com o objetivo de registrar, monitorar a movimentação da fauna silvestre local, gerar dados consistentes para estudos e promover a educação ambiental na prática.
“Nossa ideia é apresentar às outras escolas que virão pelo intercâmbio projetos relacionados ao ambiente dos animais que vivem aqui na mata. Queremos mostrar como eles aparecem de dia e de noite, os alimentos que consomem em suas andanças fora de seus abrigos e seus diferentes costumes”, explicou o estudante Rafael de Souza.
“Essa também é uma forma de incentivar a preservação da vida na floresta, já que a imagem desperta muito interesse e curiosidade nas pessoas. Por mais que a fala seja importante, a força da imagem gera um impacto ainda maior”, acrescentou.

