Em três dias, formadores do Criança Alfabetizada Quilombola vivenciaram palestras e oficinas
Cerca de 150 profissionais do programa Criança Alfabetizada participaram, entre os dias 8 e 10 de julho, em Pesqueira, no Agreste de Pernambuco, de uma formação promovida pela Secretaria Estadual de Educação (SEE), marcando um importante avanço na construção de uma educação antirracista e comprometida com as identidades quilombolas no Estado.
Com o tema “Alfabetização Quilombola: infâncias, linguagens e identidade”, o encontro reuniu formadores e articuladores do componente quilombola do programa. O objetivo foi o de fortalecer as práticas pedagógicas voltadas às especificidades das crianças quilombolas, promovendo uma educação que respeite e valorize as identidades, histórias e culturas afro-brasileiras.
Durante os três dias de programação, os participantes vivenciaram palestras, oficinas formativas e apresentações culturais que reafirmaram a importância de uma abordagem pedagógica conectada aos saberes tradicionais, à oralidade, às literaturas negras e a metodologias afro-referenciadas. Os participantes são das 11 Gerências Regionais de Educação onde o Programa atua.
De acordo com gerente de Educação Escolar Quilombola, Romero Almeida, a iniciativa reforça o compromisso do Governo de Pernambuco com uma educação pública inclusiva, diversa e alinhada à realidade dos territórios.



Fotos: Divulgação
“Temos formadores quilombolas em 27 municípios do Estado, desenvolvendo um trabalho específico, observando uma perspectiva de educação que olhe para dentro das comunidades no processo de alfabetização e de letramento matemático. Queremos uma educação que consiga ter todos e todas aprendendo, sendo alfabetizados e olhando para nossas comunidades quilombolas”, enfatizou Romero.
Para a formadora Edna Paixão, do quilombo Boa Vista, em Afrânio, no Sertão, a troca de experiências e o aprofundamento teórico, representam um passo fundamental para consolidar práticas educacionais que combatam o racismo estrutural e garantam o direito à memória, à identidade e à aprendizagem de qualidade.
“O Programa tem um papel importante ao fortalecer os vínculos de identidade quilombola com os professores. Quando esses laços se fortalecem, os professores passam a entender melhor a cultura, as tradições e a história da comunidade e o que inspira e modifica seus fazeres pedagógicos. Assim, eles podem criar práticas mais alinhadas com a realidade e os valores das crianças quilombolas, tornando o aprendizado mais significativo, respeitoso e conectando com a cultura local”, destacou Edna.