Iniciativa visa alfabetizar e escolarizar até o Ensino Médio mais de 40 mil camponeses jovens, adultos e idosos que vivem em territórios de acampamentos e assentamentos de reforma agrária no Nordeste

A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco assinou o Pacto pela Superação do Analfabetismo. O projeto tem como objetivo alfabetizar e escolarizar até o Ensino Médio mais de 40 mil camponeses jovens, adultos e idosos que vivem em territórios de acampamentos e assentamentos de reforma agrária no Nordeste. A solenidade de lançamento aconteceu nesta terça-feira (23), no Centro de Formação Paulo Freire (CFPF), Assentamento Normandia, na Zona Rural de Caruaru, Agreste do Estado. O evento reuniu lideranças ligadas ao setor da educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), senadores, deputados federais e estaduais, autoridades locais, estudantes e professores. 

O Pacto é uma ação que conta com a parceria entre Ministério da Educação (MEC), Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), junto com os Movimentos Sociais do Campo.

Foto: Filipe Jordão

Serão mais de 1,5 mil turmas com 1,5 mil educadores que atuarão como alfabetizadores na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e também cerca de 300 turmas de anos finais e ensino médio com qualificação profissional e técnica em parceria com outros órgãos educacionais, como os Institutos Federais, envolvendo mais de 350 municípios nos nove estados da região.

“O Pacto pela Superação do Analfabetismo se une a outras iniciativas da SEE. O Governo de Pernambuco está profundamente comprometido em garantir que todos tenham acesso à educação. Tanto aqueles que estão atualmente na escola quanto aqueles que não tiveram essa oportunidade anteriormente. Queremos que todos possam retornar aos estudos e continuar aprendendo. Além das ações existentes de apoio às escolas com mais recursos para a EJA, vamos expandir ainda mais a oferta de matrículas nessa modalidade até o final desta gestão”, pontuou o secretário de Educação e Esportes de Pernambuco, Alexandre Schneider. 

De acordo com a secretária da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), Zara Figueiredo, esse pacto é uma política de Estado para efetivamente superar a analfabetização. “Enfrentar o analfabetismo significa trazer para dentro da sociedade pessoas que estavam à margem. Todos ganham com isso, pois você melhora a qualidade da democracia e a qualidade da economia porque essas pessoas vão para o mercado de trabalho”, destacou. 

Foto: Filipe Jordão

Educação de Jovens e Adultos em Pernambuco

Na Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Pernambuco os números refletem um compromisso com a inclusão e a formação continuada. Ao todo, são 521 escolas que ofertam a EJA em todo o estado e 76.376 mil estudantes matriculados, dos quais 13.928 ocupam novas vagas. Entre esses alunos, destacam-se 302 estudantes com mais de 60 anos, evidenciando a diversidade de faixas etárias atendidas.

Além disso, a Rede Estadual de Ensino conta com 22 escolas prisionais que acolhem 5.375 estudantes, proporcionando oportunidades educacionais essenciais para a ressocialização. As turmas da EJA Urbana têm um total de 55.381 alunos, enquanto na EJA Campo são atendidos 12.856 estudantes. As turmas da EJA Prisional contam com 432 alunos em busca de novas perspectivas por meio da educação.

Destaca-se também a iniciativa de oferecer educação profissional a 592 estudantes, resultado de parcerias com o Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) e Escolas Técnicas Estaduais (ETEs), como a EJATEC. O objetivo é ampliar esse número visando formar cada vez mais pessoas para o mercado de trabalho e promover o desenvolvimento socioeconômico do Estado.

Para 2024, a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco está preparando uma série de iniciativas para essa modalidade, como o Programa PE+Alfabetizado; Projeto EJA+ENEM; e EJA 60. 

Segundo a secretária de Desenvolvimento da Educação, Tarcia Silva, os desafios na oferta da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Pernambuco são inúmeros. “Estamos ampliando a abertura de turmas tanto em espaços formais quanto não-formais, assegurando a presença de professores quilombolas e do campo nas turmas destinadas a esses grupos identitários, melhorando a qualidade da merenda e abrindo novas turmas de alfabetização. Além disso, estamos atentos às altas taxas de analfabetismo que afetam as populações indígenas e quilombolas”, ressaltou.