Participam do evento as 14 Gerências Regionais de Educação onde há turmas da EJA Campo
Estudantes da Educação de Jovens e Adultos do Campo (EJA Campo) participam da 31ª edição da Agrinordeste, organizada pela Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe). O evento acontece no Centro de Convenções, em Olinda, e segue até o próximo domingo (10), reunindo diversos produtores agropecuários do Estado. No estande dedicado aos alunos, eles expõem produtos agrícolas e artesanatos desenvolvidos por eles, com o apoio das escolas onde estudam.
Participam do evento as 14 Gerências Regionais de Educação onde há turmas da EJA Campo. Na oportunidade, mais de 200 estudantes colocam à venda frutas, verduras e legumes plantados, além de outros alimentos típicos das suas regiões; artesanatos, como objetos decorativos e bolsas e produtos têxtil, a exemplo de redes e tapetes. Uma verdadeira demonstração de como agregar ainda mais valor aos trabalhos diários dos estudantes camponeses.
De acordo com a gerente de Educação do Campo da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE), Waldênia Leão, esse é o resultado de uma política educacional pública voltada para os territórios rurais, que visa não apenas ensinar, mas também aprimorar as habilidades práticas dos estudantes para que possam melhorar e expandir as atividades que já desenvolvem em suas propriedades e comunidades.
“Eles estão aqui fazendo a exposição e também a venda de produtos que, de algum modo, tiveram a intervenção da escola. Ou seja, os professores e os alunos pensaram em como melhorar esses produtos. Assim, a gente ajuda no desenvolvimento econômico deles e das comunidades onde vivem”, destaca Waldênia.
Um exemplo desse impacto significativo na vida pessoal e no desenvolvimento socioeconômico da comunidade onde mora é do estudante Rodrigo da Penha, 37 anos. Durante a Feira Agrinordeste, ele expõe frutas cultivadas no assentamento Catalunha, localizado na cidade de Lagoa Grande, no Sertão de Pernambuco. Ele conta que, ao aprender novas técnicas de cultivo e de conservação de alimentos, se sente mais capacitado.
“Para mim é uma alegria estar aqui. Estamos mostrando o que conseguimos desenvolver através do tempo, com um suporte da escola. Os professores estão sempre com a gente, dizendo o que a gente pode melhorar, o que a planta necessita… Sou feliz em ter voltado para a escola”, conta.
A estudante Maria Silvia de Souza, 36 anos, do município de São José do Belmonte, também no Sertão, produz doces a partir da casca de maracujá. O subproduto da fruta, que antes poderia ser descartado no lixo, se torna um produto de alta qualidade, capaz de encantar o paladar e, ao mesmo tempo, gerar renda e promover a sustentabilidade.
“Eu estava sem estudar, mas a escola me incentivou e está me ajudando, dando um grande apoio. Estou muito feliz em expor meu produto para que as pessoas possam conhecer”, conta Maria Silvia, com alegria.