SEE promove 2º Seminário de Pesquisa e Práticas Pedagógicas em Gênero e Sexualidades no Agreste

Atividade reforçou o compromisso da Rede Estadual com políticas educacionais inclusivas e a valorização de corpos e trajetórias dissidentes 

Garanhuns, no Agreste pernambucano, sediou o 2º Seminário de Pesquisa e Práticas Pedagógicas em Gênero e Sexualidades entre os dias 2 e 4 de dezembro. O evento, promovido pela Secretaria Estadual de Educação (SEE), por meio da Unidade de Educação para as Relações de Gênero e Sexualidades (UNERGS) da Gerência de Políticas Educacionais de Direitos Humanos e Cidadania (GEDHC), trouxe como tema central “Pintar a escola com as cores dos nossos sonhos”, a fim de debater políticas educacionais inclusivas e valorizar corpos e trajetórias dissidentes. 

O primeiro dia de evento foi marcado por acolhimento. Os participantes se reuniram na Oficina de Cartazes em uma prática com cores, mensagens e expressões coletivas alinhadas ao tema. A abertura oficial aconteceu à noite com a apresentação teatral HBLYNDA EM TRANSito, seguida por uma roda de diálogo. Com o título “Somos quem podemos ser. Sonhos que podemos ter”, o momento reuniu educadores, militantes e representantes institucionais para destacar direções e possibilidades. 

Já o segundo dia de seminário teve início com a mesa redonda “Sonhar é mover-se em vida”, que debateu práticas pedagógicas transformadoras. Na sequência, o público participou de Grupos de Trabalho, divididos em temas como violência contra a mulher, saúde mental, cultura, esportes, tecnologia e educação. Durante a tarde, foram realizadas oficinas sobre masculinidades, gênero, religiosidade, sexualidades, teatro e corporalidades. O debate sobre estratégias políticas na vivência de identidades dissidentes no espaço e no tempo finalizou o dia.  

Núcleos de estudos de gênero de escolas de diversas regiões do Estado marcaram presença no evento. Thaís Alves, docente da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Jornalista Trajano Chacon e coordenadora do núcleo na unidade escolar, enfatizou a importância do tema do evento para fortalecer as ações desenvolvidas.

“Trocamos experiências, repensamos práticas, conhecemos novas tecnologias, entramos em contato com movimentos sociais e pessoas de todas identidades e territórios. Nós percebemos que a Secretaria de Educação, com a realização desse evento, está demonstrando uma preocupação muito grande em relação à política de gênero e sexualidades na Rede Estadual”, afirmou Thaís.  

O terceiro e último dia foi dedicado aos grupos de pesquisa das universidades federal e estadual, com foco em estimular o diálogo entre escola e academia. Neste contexto, Iran Melo, professor na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e coordenador do NuQueer (Núcleo de Estudos Queer e Decoloniais) da instituição, destacou a pluralidade na programação, com a atuação de representantes de diferentes grupos dissidentes de gênero e sexualidade, sobretudo com uma grande participação de professoras travestis e mulheres trans. 

“Minha experiência no seminário foi de muito aprendizado, estímulo para o meu trabalho como professor na universidade e fora dela, assim como me permitiu estabelecer novas redes com a Secretaria de Educação e as Gerências Regionais de Educação (GREs) e projetar ações conjuntas com a UNERGS. Foi um momento encorajador”, disse.

Para o gerente da GEDHC, Cledson Lima, o seminário se consolida como um espaço central de troca sobre identidades de gênero e sexualidade: “O seminário segue deixando sua marca: colorida, intensa e cheia de sentido, exatamente como os sonhos que queremos para a educação de Pernambuco”.