2ª Expo Afro teve como tema “A África que você não conhece”
Valorizar a cultura e o conhecimento afrocentrado. Esse foi o objetivo da 2ª Expo Afro, feira promovida pela Escola de Referência em Ensino Fundamental (Eref) Sigismundo Gonçalves, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Com o tema “A África que você não conhece”, a mostra foi realizada no Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, nesta sexta-feira (22). Cerca de 200 estudantes participaram do evento alusivo ao Dia da Consciência Negra, celebrado na última quarta-feira (20).
Divididos em 24 equipes, os alunos do 6° ao 8° ano do ensino fundamental apresentaram trabalhos interdisciplinares que abordam a multiplicidade do continente africano: seus reinos e impérios, religiões, literatura, grupos étnicos, esportistas, biodiversidade, entre outros aspectos. “Neste ano, nós tivemos como tema do ano letivo as questões étnico-raciais. Está dentro da Base Nacional Comum Curricular e é obrigação de cada escola desenvolver atividades que tragam o negro para o centro do debate”, defende Leidemere Sales, gestora da unidade de ensino.
Com mais de 75% dos alunos da escola autodeclarados negros (pretos ou pardos), Leidemere reforça a importância de dar destaque ao conhecimento afrocentrado. “Nessa feira, temos um momento para expor tudo aquilo que vem da cultura do povo negro e trazer essa questão da importância da ancestralidade para os nossos estudantes”, pontua.
A Expo Afro, portanto, é uma das ferramentas utilizadas para implementar uma prática antirracista na escola, como exemplifica a estudante Larissa Barbosa, do 8º ano. “Estamos aqui hoje para proporcionar esse momento de reflexão para quem veio ouvir as vozes silenciadas da sociedade e os problemas causados pelo racismo no Brasil. Precisamos tomar consciência da herança cultural africana em nosso país. Vamos promover esse conhecimento para os adultos que não tiveram a mesma oportunidade de estudar sobre o tema”, considera.
Além das exposições temáticas, a programação da Expo Afro também contou com apresentações culturais, como sarau e jogral. Além disso, o grupo de dança Afroritmos, formado por estudantes da Erem, apresentou um número de ginga africana.
