Durante o evento, os estudantes apresentaram trabalho sobre controle e análise da proliferação do Aedes aegypti 

Os estudantes da Escola Técnica Estadual (ETE) João Bezerra, localizada no bairro de Brasília Teimosa, ganharam destaque nacional e internacional com um trabalho inovador intitulado “Controle e Análise do Aedes aegypti. Eles estiveram presentes neste mês na 3ª Feira Científica do Instituto MOCAM (Movimento Científico da Amazônia), realizada na cidade de Rolim de Moura, em Rondônia, onde apresentaram o projeto aos jurados e com isso garantiram credenciais para feiras no Brasil e na Colômbia. 

O projeto foi iniciado em 2016, pelo professor de biologia e entomologista Daniel Ramos, em resposta ao surto epidêmico de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti que assolou o Brasil entre os anos de 2015 e 2017. Mesmo com o aumento das doenças, a equipe do professor percebeu que havia uma lacuna sobre como o mosquito, originalmente de hábitat rural, se adaptou tão rapidamente às áreas urbanas. Assim, criaram uma análise biológica aprofundada do inseto e os resultados foram destacados pelo G1 e até pelo Discovery Canadá.

“Nosso trabalho começou de forma inesperada, quando percebemos certa quantidade de mosquitos no laboratório. Após capturarmos um deles, foi identificado como Aedes aegypti e decidimos investigar mais tanto na escola como na comunidade. Para nossa surpresa, a maioria dos mosquitos coletados eram dessa espécie, o que revelou um problema grave. Foi quando encontramos também o Aedes albopictus, outro transmissor de doenças. Nosso projeto, que começou na escola, acabou ganhando relevância por seu impacto na saúde pública local”, destacou Daniel. 

Em 2022, o projeto ganhou destaque quando identificaram o mosquito Aedes albopictus em uma coleta, uma espécie tão perigosa quanto, que também transmite doenças como a dengue. Com as parcerias de instituições como a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), o projeto evoluiu. No ano seguinte, o trabalho conquistou o 3º lugar na 29ª edição do Ciência Jovem, na categoria “Incentivo à Pesquisa”, que garantiu a presença da equipe para a Feira Científica MOCAM. 

Em Rondônia, a equipe competiu na categoria “Ciências da Natureza e suas Tecnologias”, onde obteve notas máximas dos jurados, destacando-se entre outros trabalhos, inclusive de universidades federais. Com esse grande resultado, a equipe se credenciou para participar da Feira de Ciências, Tecnologias e Humanidades, no Espírito Santo, e também para o 13º Encontro Latino Americano de Grupos Semilleros e Líderes de Investigacion, na Colômbia, ambas em 2025. 

“O projeto é super interessante e sou muito grata por participar de um trabalho como esse ainda estando no ensino médio. Ver a proporção que ele está tomando só nos incentiva a continuar com o trabalho e mostra o quanto o nosso esforço está valendo a pena. Levar os dados para a comunidade onde a escola está inserida é muito importante porque a gente consegue expandir esse conhecimento para todos. O trabalho cresceu tanto que já chegamos em outros estados e vamos também para outro país. Então, é muito legal dividir essa experiência com meus colegas e com o professor”, disse a estudante do 3º ano, Laryssa Rodrigues.