Filtropinha foi destaque dentre mais de 2.800 projetos inscritos na competição de inovação

O Flitropinha, filtro sustentável para casas de farinha, desenvolvido por estudantes da Escola Técnica Estadual (ETE) Professor Paulo Freire, no município de Carnaíba, no Sertão do Pajeú, foi o grande vencedor da 11ª edição do Solve for Tomorrow Brasil 2024. Os ganhadores do prêmio de inovação da Samsung foram anunciados nesta terça-feira (03), em São Paulo. 

Os estudantes Eduardo da Silva, Beatriz Vitória, Angela Rafaela e Luana Noêmia, orientados pelo professor Gustavo Bezerra e Carla Robecia, são os responsáveis pelo projeto “Filtropinha: dos resíduos aos recursos”, selecionado dentre mais de 2.800 trabalhos inscritos. Esta é a segunda vez que a escola chega à final do prêmio. Em 2023, um projeto de fraldas biodegradáveis, batizado de “EKOfraldas”, representou Pernambuco entre as 10 melhores iniciativas.  

Nesta edição do Solve for Tomorrow, os destaques na categoria “Vencedores Nacionais” foram selecionados por uma banca julgadora composta por representantes da Unesco, da ONG Todos pela Educação, da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), dentre membros de outras instituições. Também participaram da banca especialistas de universidades e profissionais atuantes nas áreas de educação, ciências e tecnologia.


O filtro absorvente à base de cascas de pinha que saiu vencedor da competição é capaz de reduzir a carga poluente da manipueira, um resíduo tóxico gerado na produção da farinha de mandioca. A iniciativa foi pensada para melhorar a qualidade de vida no Quilombo do Caroá, que fica na mesma região da escola. “O prêmio foi muito importante para os alunos verificarem algo que era negligenciado na sua própria comunidade e propiciar uma alternativa viável economicamente para solucionar aquele problema. Como professores orientadores, ficamos muito alegres, porque vemos que o investimento na educação propicia resultados incríveis como esse”, celebra o professor Gustavo Bezerra. 

Moradora do Quilombo do Caroá, a estudante Angela Rafaela celebra a conquista do grupo e do seu território. “Estamos felizes por terem abraçado essa causa. Acreditamos que o nosso projeto tem um grande impacto para a nossa comunidade quilombola, a quem o projeto foi direcionado. Temos expectativas futuras de fazer a implementação do filtro nas casas de farinha da comunidade. Também pretendemos realizar novos testes para saber se ele pode remover metais e sais da água, por exemplo, e ser utilizado em empresas para tratamento de resíduos”, explica a aluna sobre os próximos passos do Filtropinha.