Dayanna Louise foi uma das premiadas na iniciativa da OAB-PE, que também homenageou a governadora Raquel Lyra
Momento de homenagear mulheres que prestam serviços relevantes à sociedade pernambucana. Nesta quinta-feira (25), a professora da rede estadual Dayanna Louise foi uma das 13 personalidades femininas condecoradas com a Medalha do Mérito Heroínas de Tejucupapo, iniciativa da Ordem do Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE). A governadora Raquel Lyra também foi uma das homenageadas. A solenidade foi realizada no edifício sede da instituição, no bairro de Santo Antônio, centro do Recife.
Mulher trans de 39 anos, Dayanna foi homenageada na categoria “Personalidade e Liderança”. “A Medalha Heroínas de Tejucupapo é um importante símbolo de luta das mulheres por uma sociedade mais justa e igualitária. Enquanto professora da rede pública de Pernambuco, pesquisadora e defensora dos direitos humanos, reconheço a importância de escrevermos outras narrativas sobre nossos corpos”, disse a homenageada.
Segundo a vice-presidente da OAB-PE, Ingrid Zanella, a professora e pesquisadora foi escolhida para receber a honraria por ser uma líder nata, cuja personalidade e existência fazem a diferença no mundo. “Dayana é uma referência na área acadêmica, é disruptiva ao buscar cada vez mais conhecimento e ascensão em títulos, atualmente como doutoranda. Reúne experiência como gestora, docente e pesquisadora em uma temática tão cara, que é gênero e sexualidade. Ela tem ocupado espaços estratégicos para promoção de uma verdadeira transformação social, para sermos um povo que valoriza as diferenças e que garante equidade nas oportunidades oferecidas para todas as pessoas”, justifica a advogada.
Natural de Carpina, na Zona da Mata de Pernambuco, Dayanna é professora da rede pública há 15 anos, com atuação em inúmeros projetos para promoção dos direitos de pessoas LGBTQIA+. Foi uma das fundadoras da Unidade de Educação para as Relações de Gênero e Sexualidades (Unergs) da Secretaria de Educação e Esportes (SEE), setor responsável por ações de promoção dos Direitos LGBTQIA+, o qual coordenou por quatro anos.
Atualmente, é doutoranda em Educação na Universidade Federal de Sergipe (UFS), com uma pesquisa voltada às experiências educativas protagonizadas pela população trans e travesti egressa do sistema prisional. “Eu tenho mais de 35 anos de sala de aula, porque conto a partir do momento em que eu entro naquele espaço escolar lá naquela escola da vila, no interior de Pernambuco. Compreendo que todo o processo de construção do meu corpo enquanto corpo político me motivou a criar uma rede de saberes e afetos tendo como horizonte uma educação mais transformadora, acolhedora e democrática”, considera.
Foto: Hesídio Góes